segunda-feira, 25 de julho de 2011

A odisséia de Homero.

Considerado uma das maiores obras da literatura, além de constituir, ao lado da Ilíada, obra iniciadora da literatura grega escrita, a Odisséia, de Homero, expressa com força e beleza a grandiosidade da remota civilização grega.

Além de símbolo da unidade e do espírito helênico, a Ilíada e a Odisséia são fontes de prazer estético e ensinamento moral.

A Odisséia data provavelmente do século VIII a.C., quando os gregos, depois de um longo período sem dispor de um sistema de escrita, adotaram o alfabeto fenício.

Na Odisséia ressoa ainda o eco da guerra de Tróia, narrada parcialmente na Ilíada. Enquanto a Ilíada é a representação da vida guerreira e da época heróica, a Odisséia pode ser tomada como representação da vida doméstica, entremeada de narrações de viagens e de aventuras maravilhosas.

Odisséia, do grego Odysseía, significa “o regresso”. O título do poema provém do nome do protagonista, o grego Ulisses (Odisseu). Filho e sucessor de Laerte, rei de Ítaca e marido de Penélope, Ulisses é um dos heróis favoritos de Homero e já aparece na Ilíada como um homem perspicaz, bom conselheiro e bravo guerreiro. O mar também é um dos personagens centrais na obra.

Estrutura e Enredo

Na Odisséia, Homero registra um dos primeiros relatos de viagem. Leva para o plano ficcional os limites, as fronteiras do mundo conhecido, fixando certas idéias dos gregos a respeito de além do "vinoso mar".

A obra narra as viagens e aventuras de Ulisses em duas etapas:

- A primeira compreende os acontecimentos que, em nove episódios sucessivos, afastam o herói de casa, forçado pelas dificuldades criadas pelo deus Posêidon.

- A segunda consta de mais nove episódios, que descrevem sua volta ao lar sob a proteção da deusa Atena.

É também desenvolvido um tema secundário, o da vida na casa de Ulisses durante sua ausência, e o esforço da família para trazê-lo de volta a Ítaca.

A Odisséia compõe-se de 24 cantos e contém 12.000 versos hexâmetros (seis sílabas), e a ação se inicia dez anos depois da guerra de Tróia, em que Ulisses lutara ao lado dos gregos.

A ordem da narrativa é inversa: tem início pelo desfecho, a assembléia dos deuses, em que Zeus decide a volta de Ulisses ao lar.

O relato é feito, de forma indireta e em retrospectiva, pelo próprio herói aos feaces - povo mítico grego que habitava a ilha de Esquéria. Hábeis marinheiros, são eles que conduzem Ulisses a Ítaca.

O poema estrutura-se em quatro partes:

Na primeira (cantos I a IV), intitulada Assembléia dos deuses, Atena vai a Ítaca animar Telêmaco, filho de Ulisses, na luta contra os pretendentes à mão de Penélope, sua mãe, que decide enviá-lo a Pilos e a Esparta em busca do pai. O herói porém encontra-se na ilha de Ogígia, prisioneiro da deusa Calipso.

Na segunda parte, Nova assembléia dos deuses, Calipso liberta Ulisses, por ordem de Zeus, que atendeu aos pedidos de Atena e enviou Hermes com a missão de comunicar a ordem. Livre do jugo de Calipso, que durou sete anos, Ulisses constrói uma jangada e parte, mas uma tempestade desencadeada por Posêidon lança-o na ilha dos feaces (canto V), onde é descoberto por Nausícaa, filha do rei Alcínoo. Bem recebido pelo rei (cantos VI a VIII), Ulisses mostra sua força e destreza em competições esportivas que se seguem a um banquete.

Na terceira parte, Narração de Ulisses (cantos IX a XII), o herói passa a contar a Alcínoo as aventuras que viveu desde a saída de Tróia: sua estada no país dos Cícones, dos Lotófagos e dos Ciclopes; a luta com o ciclope Polifemo; o episódio na ilha de Éolo, rei dos ventos, onde seus companheiros provocam uma violenta tempestade, que os arroja ao país dos canibais, ao abrirem os odres em que estão presos todos os ventos; o encontro com a feiticeira Circe, que transforma os companheiros em porcos; sua passagem pelo país dos mortos, onde reencontra a mãe e personagens da guerra de Tróia.

Na quarta parte, Viagem de retorno, o herói volta à Ítaca, reconduzido pelos feaces (canto XIII). Apesar do disfarce de mendigo, dado por Atena, Ulisses é reconhecido pelo filho, Telêmaco, e por sua fiel ama Euricléia, que, ao lavar-lhe os pés, o identifica por uma cicatriz. Assediada por inúmeros pretendentes, Penélope promete desposar aquele que conseguir retesar o arco de Ulisses, de maneira que a flecha atravesse 12 machados. Só Ulisses o consegue. O herói despoja-se em seguida dos andrajos e faz-se reconhecer por Penélope e Laerte.

Segue-se a vingança de Ulisses (cantos XIV a XXIV): as almas dos pretendentes são arrastadas aos infernos por Hermes e a história termina quando Atena impõe uma plena reconciliação durante o combate entre Ulisses e os familiares dos mortos.

A concepção do poema é predominantemente dramática e o caráter de Ulisses, marcado por obstinação, lealdade e perseverança em seus propósitos, funciona como elemento de unificação que permeia toda a obra. Aí aparecem fundidas ou combinadas uma série de lendas pertencentes a uma antiqüíssima tradição oral com fundo histórico. Há forte crença de que a Odisséia reúna temas oriundos da época em que os gregos exploravam e colonizavam o Mediterrâneo ocidental, daí a presença de mitos com seres monstruosos no Ocidente, para eles ainda misterioso.

Pela extrema perfeição de seu todo, esse poema tem encantado o homem de todas as épocas e lugares. É consenso que a Odisséia completa a Ilíada como retrato da civilização grega, e as duas juntas testemunham o gênio de Homero e estão entre os pontos mais altos atingidos pela poesia universal.

2 comentários:

  1. Muito obrigado por divulgar o meu blog:
    História espetacular , obrigado msm amigo diga-me como eu posso retribuir, até+ espero resposta!

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  2. Obrigado pela resposta no blog , muito obrigado mesmo , o seu blog é bem legal também . obrigado pela divulgação nem sei como agradecer XD
    (Me adicione no Facebook para podermos conversar)
    http://www.facebook.com/profile.php?id=100001248855450

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