domingo, 26 de dezembro de 2010

Bate bola Filosófico

A compreensão da Religião em Marx:

Karl Marx
Para começar é preciso salientar que o Marxismo histórico é baseado no materialismo filosófico que nega a existência de qualquer ser sobrenatural ou que esteja externo à natureza. É de conhecimento de todos, a frase que já se tornou clichê atribuída a Marx e de fato de sua autoria que diz que a religião é o ópio do povo.
A religião é o que Marx chama de falsa consciência, porque dirige a nossa compreensão para fora do mundo real, âmbito este do qual nada se pode saber e muito menos fazer perguntas,. Dessa forma Marx traz um conceito importante relativo à religião, a alienação religiosa.
Para Marx, a religião é uma consciência errônea do mundo, tirando assim a atenção ao nosso mundo, para um outro mundo, o além. Dessa maneira a religião age como um calmante, e deixa o povo em estado “letárgico”, tornando-se o ópio do povo. Gerando também o comodismo, porque o povo hipnotizado e com uma falsa superação da miséria, deixa de lado sua força de revolta.
A religião na concepção de Marx, nada mais é do que a projeção do ser do homem em um mundo ilusório. A religião anula o ser e faz dele um ser passivo, sujeito predicado. Marx conclui, que sendo a religião reflexo espiritual da miséria real do homem numa sociedade opressora, a superação da religião se dará só pela crítica intelectual. Para eliminar a alienação religiosa é preciso eliminar todas as condições de miséria que a originam.
Para Descartes, Deus é uma substância em sentido legítimo. Disserte considerando o argumento ontológico, o eu e a res extensa.

René Descartes

O argumento ontológico pode ser resumido da seguinte maneira. Considerando que dentro de mim há a ideia inata de Deus devo concluir que não fui eu que o criei, pois sou ser finito. Por outro lado, não posso deduzi-la do mundo exterior, que também é finito. Este não pode ser causa do infinito. Descartes, conclui por aí que a ideia de Deus ou do Ser infinito, que está em nós, deve ter por causa o próprio Deus. Portanto, Deus existe. A ideia inata é como a marca que o operário ou artesão imprime em sua obra. Aqui Descartes, de certa forma, retoma o argumento ontológico de Santo Anselmo de Cantuária: “Deus quo maius cogitari non possit”. Admite que é impossível pensar a Deus como ser perfeitíssimo sem pensa-lo necessariamente existente. Deus existe em virtude de sua própria essência.


As três substancias para a Metafísica moderna são: Deus, a extensão e o eu. Como Descartes, Hume , Berkley e Hobbes compreendem e relacionam as três substância ?

Descartes dá a seguinte explicação para a existência de Deus, é que nenhum ser imperfeito ou finito, sendo igual ao homem, poderia ter produzido a ideia de um ser infinito e perfeito; somente Deus poderia ter revelado isto ao homem, como "a marca do artista impressa em sua obra". Portanto, conclui no "Discurso sobre o Método", a idéia de Deus implica a real existência de Deus.
Voltando então à ideia clara, distinta e inata da extensão. Se a percepção que temos da extensão não correspondesse a uma realidade extensa, isso significaria que o espírito humano estaria sempre errado, e então essa ideia de extensão seria obra de um gênio maligno, incompatível com a ideia de um Deus bom e verdadeiro. Se Deus existe como ser perfeitíssimo, Ele é bom e verdadeiro; não pode permitir o erro sistemático do espírito humano. Porque Deus é perfeito, Ele é bom, e então a imagem do mundo exterior não é uma ficção. Eu tenho a certeza de que penso, e de que indubitavelmente existo porque sou essa coisa que pensa e  Deus é a garantia de que aquilo que penso deveras existe como coisa física. Portanto, as ideias claras e distintas correspondem de fato à realidade - elas não são a armadilha de um gênio enganador e perverso. Portanto, através do cogito, Descartes chega a Deus e só depois conclui a existência do “eu”, que primeiramente tem sua certeza na alma, e só depois se dá a descoberta do corpo.
David Hume

Hume procurou mostrar que os tradicionais argumentos para existência de Deus (o argumento ontológico, o cosmológico, e o teológico, ou do desígno) eram inconvincentes e que, portanto, não existia justificação lógica e racional para se acreditar que Deus - O Deus do cristianismo tradicional - existisse: a crença em sua existência seria, portanto, gratuita. discutir o problema do mal Hume sugeriu que a existência do sofrimento no mundo é incompatível com a existência do Deus do cristianismo tradicional, isto é, com a existência de um ser que tudo sabe e pode e que também é infinitamente bom. Se este argumento for aceito a crença em Deus deixa de ser simplesmente gratuita e torna-se irracional a menos que se negue a existência do mal e do sofrimento do mundo. Assim sendo, após tentar destruir os argumentos para existência de Deus Hume apresenta um argumento para não existência desse mesmo Deus.
Berkley


Para Berkeley. As únicas coisas com existência efetiva são Deus e os espíritos humanos. Ele dizia que não devemos discutir coisas das quais não temos ideias. As ideias são palavras com significado. O conhecimento gira em torno das ideias. “Todas as idwias vem de fora ou de dentro, as de dentro são pensamentos” . A percepção é uma recepção passiva. Em suma, Berkley quer dizer que o “eu” só conhece através de Deus, por ser participante, já que Deus é a grande mente cognoscente.



Thomas Hobbes


 
Já Hobbes não admite nenhum conhecimento de Deus. Na verdade Hobbes não admite a concepção da ideia do infinito. Para ele os seres humanos e todos as outras criaturas particulares são objetos finitos da natureza. Ou seja “eu” os homens, não podemos conhecer o infinito, pois todo conhecimento é originado pela relação dos órgãos dos sentidos com as coisas que a eles se apresentam. Sendo todo corpo finito, por definição, e ocupando um lugar no espaço, por isso podemos percebê-lo. O infinito por sua vez,é ilimitado, portanto não podemos conhece-lo, logo se a concepção de Deus é de um ser infinito, o homem de fato, não o pode conhecer.

Berkley. Disserte considerando: Eu, Deus, a extensão, impressões e percepções.

Para o( Eu) homem, não há nada fora da mente. as coisas são modos de existência das pessoas. O mundo está ligado ao pensamento. Nós temos idéias dentro das quais vemos as coisas. O homem não percebe a coisa em s , a essência, aquilo que ele percebe são apenas as idéias.
Berkeley nega que fique alguma coisa,se tiramos do objeto todas as suas qualidades, tanto as primárias (extensão, consistência) como as secundárias (cores, sons, etc), considerando-as produto de nossos sentidos. E como as qualidades dos corpos dependem da nossa mente, então não podemos atribuir aos corpos mesmos a atividade de causar sensações em nós. Então, para Berkeley, é Deus que causa em nós as impressões. O que pensamos serem corpos não tem existência real, existem apenas como impressões em nossa mente.
A percepção é um conjunto de sensações. Como só há ideias simples, devemos nos concentrar nas sensações. As idéias secundárias só existem na mente, bem como tempo e extensão. Não há existência objetiva. Nós nos movemos e existimos em Deus.

A Religião em Hegel. Disserte considerando: a consciência infeliz; o ato de fé como antecipação filosófica do momento da razão; a religião como momento necessário para que o Espírito absoluto adquirir a certeza de ser toda a realidade, a religião como rigidez do intelecto ( Deus x homem, infinito x finito, mutável x imutável ): e por fim, o momento dialético onde o infinito é o finito e vice-versa.
Hegel

1-      A consciência infeliz
A oposição entre a finitude do homem e o pensamento do infinito é essencial para a caracterização da consciência infeliz hegeliana, pois o pensamento do infinito só se realiza através da finitude humana. A realização da verdade só é possível, assim, na História onde o Espírito se manifesta. Segundo Hegel, arte, religião e ciência conciliam Idéia e Forma na História de acordo com as características de cada povo histórico universal. Nesse sentido, por exemplo, a arte consegue realizar essa conciliação imediata na Grécia Antiga, momento feliz da História. Entretanto, a arte não tem essa possibilidade de realização na modernidade, pois as necessidades do espírito são outras, não se encontram na sensibilidade, mas na razão, assim, somente a razão teria a condição de realizar essa reconciliação do espírito. A arte continuou buscando em vão essa reconciliação, sendo o romantismo expressão moderna fragmentada dessa impossibilidade, pois manifesta na própria arte a necessidade da filosofia. A consciência infeliz da realização infinita do pensamento na finitude humana se manifesta historicamente, sendo a arte romântica expressão disso.
Hegel pensa a fé, o culto e a devoção não a partir do homem, mas a partir de Deus. A fé não é para ele, a maneira mais elevada de o homem ter certeza de Deus, pois esta pertence à Filosofia. Ou seja, a fé antecede a razão, e Hegel a define como “ A consciência da verdade absoluta, aquilo que Deus é em si e per si e para si”, seria o testemunho do espírito sobre o espírito absoluto. Hegel chega até afirmar que a Filosofia se justifica pela devoção e pelo culto, pois a elevação religiosa pertence ao fundamento da experiência de filosofar. O espírito é todo a partir do qual Deus e homem, ambos espíritos , se tornam compreensíveis. Cabe à religião marcar o segundo momento do devir do Espírito absoluto, dessa forma chegamos a  toda a certeza da realidade.
A reflexão de Hegel distingue finito e infinito. Sem o infinito, o finito desaparece o finito. Este é superado, pois o finito não seria mais infinito, se fora dele houvesse um finito, que o limitasse. Na religião tal contradição manifesta-se, segundo Hegel nos seguintes termos: “ A oposição é absoluta, e enquanto eu sou, Deus não é, e quando Deus é desaparece o eu finito, eis a relação Deus x homem.
O momento dialético onde o finito é o infinito e vice-versa dessa situação, segue-se que cada um, finito e infinito, só é o que é porque existe o oposto, e o mesmo se dá com o mutável e imutável.. Cada qual sobre o seu aspecto se funda no outro.





 

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