terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Kant e os juízos analíticos e sintéticos, e a existência racional de Deus.

Immanuel Kant interessou-se, desde a juventude, de maneira especial, por duas questões. De um lado, o termo moral da religião, que profundamente vivido desde a sua infância e, de outro lado a Ciência física-matemática, onde ele havia estudado na universidade. Kant, na sua crítica à razão pura, que Deus, é liberdade, imortalidade e sempre foram "objetivos supremos de nossa existência" e segundo Kant, o conhecimento é constituído por juízos.

Kant diz na Crítica da Razão Pura, que Deus, liberdade e imortalidade sempre foram objetivos supremos de nossa existência. Segundo Kant, o conhecimento é constituído por juízos.
Os juízos analíticos são aqueles em que o predicado está contido no conceito do sujeito. Os sintéticos são aqueles em que o conceito do predicado não está no conceito do sujeito. Pois os juízos analíticos são verdadeiros, universais e necessários, o contrário tem que ser necessariamente falso. Como não têm origem na experiência, são a priori ou independentes da experiência e devem ser pensados como anteriores. Os juízos sintéticos baseiam-se na experiência ou percepção sensível.
A experiência realiza-se aqui e agora. A validez desses juízos limita-se à experiência sensível, o que é singular. Sua verdade está restringida ao lugar e ao tempo e são contingentes, também podem ser chamados de juízos a posteriori. "Em todo o movimento que se transmite de um corpo a outro, a ação é igual à reação". O espaço é a forma da experiência ou das percepções externas; o tempo é a forma das vivências ou percepções internas. Desse problema Kant trata na primeira parte da Crítica da razão pura sob o título de estética transcendental, entendendo por estética a teoria da percepção, teoria da faculdade de ter percepções sensíveis.
Na Crítica da Razão Pura Kant diz:” Só há três formas possíveis de provar a existência de Deus pela razão especulativa”, ou seja, a prova ontológica( a idéia do Ser perfeitíssimo deduz-se analiticamente a existência) ; a prova cosmológica( da contingência do mundo infere a existência do Ser necessário); a prova físico-teleológica( da ordem e da harmonia existentes no universo infere a existência de Deus como mente ordenadora). As duas últimas pressupõem a prova ontológica, isto é, a passagem da idéia do Ser necessário á sua existência.
Segundo a metafísica tradicional, a razão busca três conhecimentos fundamentais: A) a alma (síntese das vivências subjetivas); B) o universo (síntese das vivências objetivas) e C) Deus (síntese final e suprema). Para Kant é constatar que nenhum desses objetos pode ser conhecido pela razão pura, pois todos eles estão além da experiência possível, de acordo com as condições acima expostas. Por isso Kant afirma que os juízos sintéticos a priori não são possíveis na metafísica. A metafísica como ciência é impossível, e é simplesmente impossível falar de realidades metafísicas como Deus e alma? Absolutamente não. Para Kant existe não apenas a ciência, mas também a consciência moral, não só a razão pura, mas também a razão prática. A metafísica é impossível como conhecimento teorético ou especulativo.
Na crítica da razão pura só há formas possíveis de provar a existência de Deus, que é pela razão especulativa, ou seja, A) a prova ontológica (da idéia do ser perfeitíssimo deduz-se analiticamente a existência); B) a prova cosmológica (da contingência do mundo infere a existência do ser necessário); C) a prova físico-teleológico (da ordem e da harmonia existentes no universo infere a existência de Deus como mente ordenadora). Mas as duas últimas pressupõem a prova ontológica, isto é, a passagem da idéia do ser necessário à sua existência.
No uso lógico, ser não é predicado real, mas cópula de um juízo. Assim dizer que Deus é não é afirmar um predicado novo do conceito de Deus e, por consequência, "o real não contém nada além do simples possível". No caso do ser perfeitíssimo ou Deus, a existência não pode ser acrescida sinteticamente, porque de Deus não há conteúdo sensível, pois está além da existência. Como a experiência é o limite do conhecimento humano, a razão pura não pode demonstrar a existência de Deus.
No caso do ser perfeitíssimo ou Deus, a existência não pode ser acrescida sinteticamente, porque de Deus não há conteúdo sensível, pois está além da experiência. Como a experiência é o limite do conhecimento humano, a razão pura não pode demonstrar a existência de Deus.
Na questão da existência de Deus, Kant apela á razão prática, que se manifesta na ação moral do homem. Compreende o homem não apenas como ser, mas como deve ser. Rejeita as provas puramente racionais da existência de Deus. Fala da existência de Deus como postulado da razão prática, pela razão crítica ou pura, não se demonstra a existência de Deus nem sua não-existência. Deus é para Kant, a condição( transcendental) de possibilidade da moral e da felicidade. O suporte para esta prova está  no bem supremo, que reúne em si moralidade e felicidade e que constitui o objeto adequado da lei moral.
Kant destruiu a lógica das provas da existência de Deus, certamente não eliminou seu conteúdo religioso. Deus não pode ser conhecido como simples objeto. É Deus uma realidade? Desde que se admite que a realidade não se reduz ao mundo empírico e nele se admite uma dimensão de profundidade, não se pode negar simplesmente a existência de Deus. Em síntese, Kant priva a religião de todo o fundamento especulativo, instalando-a na esfera moral. Ele reduz ao metro das normas éticas da razão prática. Fora disto tudo é superstição e imposição eclesiástica( dogmas, ritos, hierarquia, etc).
Para Kant, é impossível demonstrar racionalmente a existência de Deus. Somos incapazes de juízos científicos sobre Deus, isso porque ele não ocorre no espaço e no tempo. Negando as provas da existência de Deus, Kant afirma que Deus não existe. Absolutamente não, Kant não quer firmar uma posição de agnóstico ou de ateu. A crítica de Kant não significa resignação da razão, e sim a convicção ético-religiosa de que devem ser respeitados os limites da razão. Assim a distinção das provas da existência de Deus não destrói a fé em Deus nem funda o ateísmo. A razão humana tem a tendência natural de ultrapassar esses limites.








 

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